sexta-feira, 6 de julho de 2012

Resenha | A Moreninha




Livro - Moreninha, A
Sendo o autor do primeiro romance urbano do romantismo brasileiro, A Moreninha, Joaquim Manuel de Macedo teve o mérito de popularizar esse novo gênero entre os leitores, principalmente da classe média, além de contribuir para propagar de forma considerável a circulação dos folhetins, verdadeiros veículos do século XIX. 
Título: A Moreninha
Autor: Joaquim Manuel de Macedo
ISBN: 9788576665175
Páginas: 160
Edição: 1

Fonte: Submarino

Resenha



Toda a história gira em torno de uma aposta feita entre 4 estudantes de Medicina: Augusto, Felipe, Fabrício e Leopoldo. Junto com essa aposta, vem um convite por parte de Felipe, para que seus amigos o acompanhem até a casa de sua avó, D. Ana, para comemorar o dia de Santa Ana. Após hesitarem, os colegas aceitam, e então a aposta é selada: Augusto não poderia se apaixonar por nenhuma moça por mais de 15 dias, senão teria de escrever um romance contando sobre sua paixão.
Ao chegar à ilha, Augusto fica impressionado com a quantidade de belas moças existentes na mesma. Conversa com várias, mas uma chama mais a sua atenção: Carolina, irmã de Felipe. Em um primeiro momento, Carolina chama a atenção pela sua rebeldia, inquietude. Mas com o passar do tempo esse sentimento muda. 

Quando Augusto se recusa a ajudar um de seus colegas em um relacionamento conturbado com D. Joaquina, se inicia uma guerra entre os dois amigos: um acusa os casos amorosos do outro, e a inconstância de Augusto vem a tona. Ele se defende, dizendo que na sua inconstância busca a mulher perfeita, uma junção de todas as mulheres. Com isso arranca suspiros de todas, mas seus olhares curiosos ainda voltam-se somente para D. Carolina. Durante a tarde, todos os rapazes arrumam seus pares e estes começam a passear pela ilha. A companhia de Augusto é D. Ana, avó de Felipe.



Nessa caminhada, os dois tem uma ótima conversa, e o estudante de medicina acaba revelando a origem de sua inconstância: quando pequeno, conheceu uma garota, uns cinco anos mais nova, com a qual havia jurado amor eterno e casamento. Com essa menina havia trocado jóias, que guardava até hoje como símbolo do amor puro e verdadeiro. Mas, com o passar do tempo, Augusto se relacionou com outras mulheres, que acabaram, por fim, enganando-o e traindo-o com outros homens. Depois da terceira tentativa de se relacionar com as belas moças, Augusto toma uma decisão: esperaria pelo dia em que seu amor de infância voltaria, entretanto, enquanto esperava, iria construir relacionamentos rápidos, não duradouros. E assim passaram-se os dias, e agora ali estava ele, conversando com D. Ana. Esta conta uma antiga lenda da ilha, onde uma índia nativa se apaixona por um rapaz da cidade, que todos os dias vinha a ilha, mas não a via nem a ouvia. Depois de muito chorar pelo descaso de seu amante, a índia abre um buraco na rocha, por onde até hoje corre uma fonte, e foi essa fonte que fez o viajante se apaixonar pela indígena. Quando Augusto bebe da fonte mágica, D. Ana o alerta: ninguém que bebe de tal fonte sai da ilha sem estar apaixonado.

E assim,entre outros eventos, passa-se o feriado de Santa Ana, e os estudantes voltam para o Rio de Janeiro. Porém isso não acontece sem que Augusto dê uma lição em várias moças que planejavam ridicularizá-lo e que, acima de tudo, enganavam outros rapazes. Mas Augusto também é atingido pela sua própria arma: Carolina trama contra ele próprio. E nessa armadilha, Augusto acaba revelando o que agora sente pela Moreninha: amor. Os dois são separados pela partida de Augusto, mas este se sente obrigado a retornar no outro final de semana, passando muito tempo sem conseguir esquecer-se da sua Moreninha. Os dois passam a se aproximar cada vez mais nas outras visitas de Augusto, e, por fim, quando o pai do estudante de Medicina percebe que o filho está enamorado, este arranja tudo para o casamento dos dois apaixonados. Mas há ainda um empecilho para que os dois possam viver o seu final feliz: a promessa feita por Augusto na infância.



Fonte da Imagem ao lado





Atenção: O trecho a seguir contêm spoilers sobre o fim do romance.

Esse empecilho que impedia a realização do amor é resolvido com a descoberta de que Carolina era a garota pela qual Augusto ainda era apaixonado, era a garota que havia ajudado o velho doente tantos anos antes, era a garota com a qual Augusto havia trocado jóias. A partir daí o caminho fica livre, e os dois têm seu final feliz. Não nos esqueçamos, porém, da promessa feita no início do livro: como Augusto caiu nas garras das peripécias do amor, é obrigado a escrever um romance, intitulado A Moreninha.



O romance A Moreninha é a verdadeira demonstração do Romantismo no Brasil: mulheres idealizadas e perfeitas, final feliz, conflito que impede a realização do amor entre o casal principal. Além de ser o primeiro romance brasileiro, é um livro que marca um momento histórico brasileiro, o século XIX. Graças a isso é muito cobrado em vestibulares por todo o país, e é de essencial importância para que se possa compreender o contexto e as características da Escola Literária chamada Romantismo. Embora indique a leitura integral do livro, espero que esta resenha ajude aqueles que não tiveram a oportunidade de fazê-lo.
Aqui vai minha crítica sobre o livro: é bom, mas como em todos os romances da época, o enredo é fraco, e é possível descobrir o desfecho na primeira menção do conflito. Ainda assim ele exerce sua função de forma plena: entreter, e não transmitir cultura.
É uma leitura leve, rápida e ótima, que indico para todos que desejam conhecer mais de história e para aqueles que buscam na leitura uma maneira de entretenimento, diversão. Qualquer dúvida que tenha ficado com relação ao enredo (na necessidade da leitura do livro para provas, trabalhos, etc...), acrescentem nos comentários! 

Boa Leitura!


Avaliação

9,0/10,0



Em breve

Como prometido, está aí a resenha de um clássico da Literatura! A próxima será de um livro bem atual, lançado no final de 2011. O nome? Aguardem! Na próxima semana (ou antes) a resenha já vai estar aqui! Até mais!

Um comentário:

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